O que acontece com a economia brasileira apOs o avanco do impeachment?

Com o avanço do processo de impeachment na Câmara, o que se pode esperar da economia até o fim do ano? O UOL ouviu quatro economistas para avaliar a situação.

Para três deles, a continuidade do processo de impeachment deve ocasionar um alívio temporário na situação econômica e política do país. Quem tem essa opinião são: Clemens Nunes, professor de Economia da Escola de Economia de São Paulo da FGV; Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da corretora Nova Futura; e Mauro Calil, especialista em investimentos do banco Ourinvest.

Mas, para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, nada muda substancialmente.

Copo de água no deserto

Mauro Calil acredita que, se o impeachment prosseguir no Senado e Michel Temer assumir por 180 dias, há a possibilidade de haver uma articulação positiva para que mudanças sejam feitas, a começar por corte de gastos e eventuais aumentos de impostos.

"Nesse aspecto, qualquer sinalização positiva, por menor que seja, será como um copo de água no deserto: não vai resolver o problema, mas vai matar um pouco a sede", diz.

Para Pedro Paulo Silveira, com a continuidade do processo, as expectativas do mercado melhoram, as taxas de juros mais longas devem cair e as empresas ficam um pouco mais otimistas.

"Se o Senado aprovar a continuidade, o nível de otimismo aumenta. Mas a mudança não vai ter um reflexo imediato sobre a atividade econômica, porque o governo ainda vai ter de trabalhar com ajustes importantes para a economia."

Otimismo não deve durar muito

Clemens Nunes avalia que a aprovação do pedido vai gerar um certo otimismo que não deve durar muito, pois há muitos imponderáveis ainda: o processo terá de passar pelo Senado, a Lava Jato pode trazer surpresas, há também o processo no TSE, poderia haver uma nova eleição.

"É uma situação incerta, o mercado fica otimista, mas, do ponto de vista da economia real, as coisas precisam acontecer. Enquanto houver incerteza, não há segurança para investir no país", afirma.

2016 já está definido

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, a entrada de Temer como presidente, se aprovada, não vai mudar substancialmente os atuais rumos da economia, assim como também não mudaria com a continuidade de Dilma. 

"As condições de inflação, PIB, juros e desemprego devem permanecer as mesmas: 2016 já está definido. O ajuste recessivo abriu espaço para a queda da inflação, que permite, por sua vez, a queda da taxa de juros. O desemprego não deve cair muito."

 

Inflação

Silveira acredita em uma inflação menor, de 6,4% de inflação ao ano, por causa da redução da atividade econômica. Perfeito estima 6,6% ao final do ano, por causa dos ajustes dos preços administrados no ano passado. Nunes acredita que a inflação fique próxima de 7% ao ano. Calil estima alta de 7,5% com Temer, ante estimativa de 12% caso continuasse o governo Dilma. "Com corte de gastos, é possível que a inflação ceda", diz.

Desemprego

Calil estima entre 9,5% e 10%, enquanto Nunes, Perfeito e Silveira avaliam que fique em 10,5%. O mercado de trabalho é um dos primeiros a entrar na crise e um dos últimos a sair", diz Perfeito. "É a variável de reajuste que foi construída para segurar os salários, a rentabilidade dos negócios e aumentar a produtividade das pessoas."

Juros

Caso Michel Temer assuma o governo, os quatro economistas acreditam em uma queda da taxa de juros: 13,25% (Calil e Perfeito), 13,5% (Nunes) e 13,75% (Silveira). "Temer não deve reduzir tanto a taxa para dar mais credibilidade ao Banco Central", afirma Silveira.

PIB

Os especialistas são unânimes em afirmar que o PIB de 2016 será negativo: - 3,5% (Perfeito), -3,8% (Nunes), -4% (Calil), -4,2% (Silveira). "O PIB não deve retomar rapidamente, pois tem uma inércia gigantesca. É como movimentar um transatlântico", diz Calil.

Dólar 

 

Os especialistas acreditam em alta do dólar, mas eles não o recomendam como investimento.

O conselho é comprar a moeda apenas se for viajar. Nesse caso, a compra deve ser feita aos poucos, para diluir o risco das variações.

Para quem quer ter algum investimento atrelado ao dólar, há a opção de fundos cambiais e fundos nacionais que aplicam na moeda estrangeira.

FONTE: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/04/17/com-avanco-do-impeachment-o-que-acontece-a-dolar-inflacao-e-desemprego.htm

 
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